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Indústria de essências transforma-se em água para alimentar agricultores e produtos locais


A partir de canela, papas, ervas, nozes, eucalipto, Kravinu (cenke na Indonésia), camelo e outras plantações, o Grupo Essenzo industrializa produtos para sabão, cuidados frescos, óleo (Minuvi) e perfumes.

O grupo denominado Essenzo liderado por Salvador da Silva, enquanto indústria transformadora, fundado por jovens do Likisa, existe há quatro anos, contando com 12 colaboradores, incluindo quatro mulheres e maioritariamente jovens. A indústria está localizada em Bazartete, Liquisa. O que diferencia a Essenzo nos seus produtos é o símbolo com dezenas de caules herbáceos.

Os produtos com cheiro natural hipnotizam a atenção do cliente, passando a atrair os moradores que ali residem. Todos os meses, a população compra, pelo menos, entre 280 a 340 dólares, mas isto sem contar alguns produtos que Essenzo distribui nos supermercados da capital, como Leader, Hyper Leader e lojas agrícolas em Fatuhada e algumas lojas em Liquisa.

“Iniciámos este grupo porque vemos muitos jovens abandonados na nossa aldeia, por isso queremos criar os nossos próprios empregos para os ajudar”, disse Salvador com uma voz cheia de dilema.

“Sabemos, naturalmente, que Timor não tem derivados de petróleo essencial (composição do petróleo extraído ou retirado das plantações). Com os derivados de óleos essenciais (locais), podemos substituir alguns derivados de óleos essenciais que são importados, automaticamente podemos alimentar os agricultores que cultivam matéria-prima, de acordo com as necessidades do grupo”, afirmou.

“No primeiro teste, crie o material de destilação com sanan”

O grupo iniciou as suas atividades em 2017, mas foi oficializado três anos depois [15 de novembro de 2020]. inicialmente, careciam de fundos básicos, o que dificultava a obtenção de materiais de destilação nas lojas locais. “Pensamos como os recursos humanos que temos, podem ser transformados em algum produto inovador no nosso país”, acrescentou.

Segundo Salvador, inventaram a primeira máquina de destilação manual, mas não deu resultados de qualidade.

“Neste teste, falhámos vezes sem conta. O resultado não correspondeu às nossas expectativas. Ainda temos coragem para continuar a tentar. Em 2020, depois de termos uma máquina de produção de 25 quilos, produzimos a primeira frescura aromaterapêutica fresca”.

Na altura a Essenzo conseguia criar produtos, mas não existia um local ou contentor para armazenar os produtos processados ​​pela fabricação. O grupo de jovens decidiu reciclar garrafas, massas como produtos e Essenzo considerou-o como uma emenda para resolver o problema dos resíduos, reciclar e reutilizar estes artigos. “em timor é difícil encontrar recipientes para produtos e não há indústria que o crie”. no entanto, com fundos limitados, tiveram de encomendar e comprar o material à Indonésia.

Essenzo recebeu ainda apoio financeiro da Secretaria de Estado da Formação para o Emprego, através do fundo do programa Concorrência Inovadora e do Ministro da Juventude, Desporto, Artes e Cultura através do projeto Empreendedorismo. Com estes fundos, Essenzo aumentou a quantidade de produção e aumentou o número de trabalhadores para 12, que antes era de apenas cinco.

O fundo complementar também capacitou a Essenzo para aumentar a infraestrutura industrial, antes muito pequena e hoje confundida com produção de matéria-prima, com um tamanho de 6x10 metros quadrados, um laboratório com uma área de 5x8 metros quadrados, enquanto uma fábrica de processamento com uma área de metros quadrados 14x6.

concorrência com produtos importados torna-se ‘onda’ para Esenzo

Salvador reconheceu que Essenzo tem enfrentado vários desafios, entre eles, as más condições das estradas em zonas remotas do concelho, dificultando a compra de castanha em grandes quantidades.

Além disso, as nozes que recolhem não são suficientes para as necessidades de produção. Apenas foram obtidos cerca de 4000 nós, mas de acordo com a meta deverá atingir os sete mil, outra alternativa é que Essenzo compre a outros municípios como Lautem e Bobonaro.

Por outro lado, embora Essenzo tenha produzido ingredientes, mas plantações como o eucalipto, a maior parte da agricultura e muitos habitantes timorenses não plantam e são difíceis de obter. Com isto, a Essenzo colabora com o Ministério da Agricultura, através da Direção Florestal, para plantar no seu quintal. Atualmente, a Essenzo tem plantado diversas plantações para garantir a sustentabilidade de matérias-primas como o eucalipto e as ervas.

A forma de facilitar Salvador é estabelecer uma base de abastecimento para acolher as comunidades e fazer pagamentos diretos.

Mas o desafio não se limita a isto, a concorrência no mercado interno torna-se uma ‘onda’ para a Esenzo, porque os produtos importados como o sabão, o seu preço mais baixo e grande número de produtos, enfraquecem a concorrência com os produtos da Essenzo com pequenas quantidades e preços elevados. Com esta situação, torna-se um desafio para o grupo jovem na competição do mercado. Outro fator afetado pela grande quantidade de matéria-prima com o seu elevado custo inclui as despesas com os colaboradores.

Mas o desafio não se limita a isto, a concorrência no mercado interno torna-se uma ‘onda’ para a Esenzo, porque os produtos importados como o sabão, o seu preço mais baixo e grande número de produtos, enfraquecem a concorrência com os produtos da Essenzo com pequenas quantidades e preços elevados. Com esta situação, torna-se um desafio para o grupo jovem na competição do mercado. Outro fator afetado pela grande quantidade de matéria-prima com o seu elevado custo inclui as despesas com os colaboradores.

“Anteriormente tínhamos uma máquina de destilação com uma produção de 25 quilos, mas agora já são 50 quilos.

“Se a quantidade de matéria-prima aumentar também precisamos de aumentar as máquinas de processamento para não danificar a matéria-prima.

Por outro lado, outro desafio para Esenzo é o pagamento mensal aos trabalhadores, embora já exista há quase quatro anos. O gestor Essenzo informou que não tem conseguido efetuar pagamentos aos trabalhadores de acordo com os padrões estabelecidos no Estado (115 a 130 dólares). Esta condição é uma preocupação entre a sobrevivência grupal e pessoal, mas os jovens estão empenhados em continuar a manter o emprego com salários que são distribuídos em função dos resultados de lucro dos produtos vendidos no mercado.

“Somos 12 aqui, se pagarmos o salário mínimo de 115 dólares ou 135 dólares, todos os meses, esta pequena indústria pode morrer”, disse.

O líder do grupo confessou que também têm dificuldades no transporte, ao mesmo tempo que têm de pagar carros como o anguna para levar os produtos até ao parque industrial.

Acrescentou que antes tinham um carro com a marca Triton, como forma de facilitar o transporte de matéria-prima e água. Mas o veículo está avariado e precisa de muito dinheiro para o reparar. Com este insucesso, prejudica o trabalho deles. “Por vezes a água chega apenas uma ou duas vezes por semana, por isso temos de processar alguns produtos em nossa casa e depois levá-los para o local industrial”, disse.

Essência em ‘sonho’ quer estabelecer relação entre indústria e agricultores

Salvador referiu que se criar o seu próprio produto com a sua marca, isso dará nuances e deixará também um legado inspirador aos timorenses, nomeadamente às gerações futuras. Através da marca com o mesmo nome e design do Grupo Essenzo, as pessoas ficarão a conhecer os seus produtos.

“Um produto que mais queremos divulgar é o perfume ou óleo de fragrância chamado infinito”, expressou.

O líder do grupo e os seus colegas sonham em acrescentar novos produtos como máscaras faciais, óleos domésticos e detergentes para vidros.

Com esta ambição, Essenzo sonha estabelecer uma relação entre a indústria e os agricultores através da socialização para dar continuidade à cultura de preservação de matérias-primas como ervas, aloé vera (lidah buaya) e outras plantações.

Num futuro próximo, a Essenzo irá construir um edifício com dimensões suficientes para albergar produtos industrializados, estabelecendo inclusive um pequeno escritório, como tem vindo a fazer o seu trabalho de casa. Por fim, construirão infraestruturas para servir de armazém para facilitar a recolha dos produtos pelos comerciantes.

“Queremos ter a nossa própria loja perto da estrada para que quando os clientes queiram aceder aos nossos produtos possam vir directamente”, disse.

“Outro plano é avançar, podemos exportar óleo essencial e queremos estabelecer esta indústria em 13 municípios incluindo a RAEOA, especialmente em áreas consideradas habitat de plantações”.

Salvador afirma, com uma mensagem profunda, que os timorenses precisam de estar conscientes e esperançosos no futuro de Timor. Se é um timorense que está actualmente a fazer negócios ou tem planos para iniciar um negócio, é melhor começar com coragem. “É preciso enfrentar desafios. Quando se consegue sair do círculo do desafio, significa que o sucesso pode ser alcançado”, disse.


Autor: 1. Rohim A. Putra

           2. Tricha Antónia Virgílio da Costa Sousa

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